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Com fim das tradições de forró no São João, Flávio José anuncia desejo de se afastar dos palcos


Em entrevista divulgada neste sábado (2), o sanfoneiro Flávio José contou que admite a possibilidade de se afastar dos palcos em breve, devido à desvalorização do forró e da cultura nordestina, especialmente nos festejos juninos. "É uma inversão de valores muito grande", afirmou o forrozeiro, que estima um prazo de dois a três anos para pausar a carreira. A questão do fim das tradições juninas e a desvalorização dos artistas regionais é motivo de debates, também, na região do Vale do São Francisco.


"Desde os treze anos eu animo festas, desde em bandas de baile às festas do São João tradicional, verdadeiro, que eu acompanho desde criança. E como está se invertendo tudo, acho que está na hora de começar a pensar em ficar em casa”, afirmou Flávio José em entrevista ao portal Criativa.


Na ocasião, o sanfoneiro apontou, ainda, que o fim das tradições e as mudanças no contexto musical são entristecedores e que ele vem tentando conviver com elas, mas deseja parar. “A gente se entristece, porque está tudo mudando, tudo muito complicado. Eu estou dando um prazo: daqui há uns dois ou três anos, acho que vou ficar em casa, porque está muito complicado, inversão de valores imensa”, concluiu Flávio.


A situação apontada pelo forrozeiro está ligada a uma reclamação latente no interior do Nordeste. Em Petrolina, no sertão pernambucano, a programação de nove dias de festa junina gerou debates, pois foi divulgada anunciando a presença, no palco principal, de nomes como os DJs de funk Pedro Sampaio e Dennis DJ e o cantor de axé Bell Marques, além de muitos cantores sertanejos, como a dupla Jorge e Matheus e o cantor Gusttavo Lima.

O evento teve, também, a participação de alguns artistas locais e forrozeiros, especialmente nos polos menores da festa. Apesar disso, houve músico apontando indignação com a organização do São João. Convidado para tocar no circuito Bambuzinho do festejo junino da cidade, o músico Gustavo Sá publicou uma carta aberta à prefeitura de Petrolina, em suas redes sociais, após vivenciar o que ele chamou de “desvalorização dos artistas locais”. Segundo Sá, sua apresentação não teve apoio técnico e não tinha iluminação no local do show. “Gastam 800 mil para contratar artistas de fora e, para os locais, nem uma lâmpada colocam”, afirmou o músico.


Já o cantor de Juazeiro, no sertão baiano, Targino Gondim, criticou, em entrevista ao jornal A tarde neste mês de junho, os cachês milionários para sertanejos. “A sanfona tinha que ser protagonista dos festejos juninos e não as atrações com cachês milionários, que não expressam a cultura da região”, destacou.


Da Redação - Layla Shasta

Imagem: Reprodução internet



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