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Polícia Civil de Juazeiro pede socorro: “Precisamos ter condições para trabalhar pela população"



Na manhã desta sexta-feira (13), O Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindipoc) realizou, a “Caminhada pela Vida”. O objetivo do evento foi pautar o salto nos números de violência e a falta de estrutura para atuação da polícia em Juazeiro.


Os participantes se reuniram na Ilha do Fogo, por volta das 08h30 e em seguida, ocuparam uma faixa da Ponte Presidente Dutra saindo em caminhada em direção as principais ruas de Juazeiro.


O Policiais Civis reivindicam melhores condições de trabalho, para atender a população Juazeirense. “Hoje nós estamos passando por uma situação complicada aqui na município. Em 2020 nós tivemos na região 189 mortos, e hoje já vamos para 127 na região, sendo 88 em Juazeiro. Temos um efetivo reduzido, onde 6 investigadores tem que dar conta destes 88 homicídios e nós estamos buscando a população para que nos ajude no combate a criminalidade, onde a gente chame a atenção do Governo, fazendo com que aconteçam os investimentos necessários, para que se baixem os altos números de crimes na região”, disse o Investigador, Edvaldo Santos.


A caminhada também contou com a participação de familiares de vítimas de assassinato na cidade, que clamam por justiça.



“Pedimos ao Governo que dê condições para que a polícia tenha condições de atender a população. Não é possível que para se fazer uma pericia em um celular, o aparelho precise ir para Salvador e passar mais de 7 meses para realizar o processo e quando cobro, a reposta que recebo é que os investigadores não tem condições de fazer nada. Os policiais não tem equipamentos, as viaturas são velhas e nós ficamos reféns dessa situação, sem ter a elucidação dos crimes. A criminalidade sabe que a polícia está sem condições, e está dominando Juazeiro. Meu filho perdeu a vida com 23 anos, e a polícia não tem condições de me ajudar”, disse a mãe de um jovem assassinado em Juazeiro.



Além da falta de condições de trabalho nas delegacias, os policiais também denunciam a defasagem de salários, estando sem aumento salarial há mais de 7 anos.


Em entrevista ao Cartaz da Cidade, o Presidente do Sindipoc, Eustácio Lopes, também falou sobre as dificuldades enfrentadas pela classe.

“Estamos aqui hoje para denunciar a violência em Juazeiro, onde tivemos diversos homicídios. As famílias estão aqui para cobrar uma resposta, onde elas necessitam que a polícia possa investigar e identificar os autores dos crimes que tiraram a vida dos seus entes queridos. Pedimos que a sociedade apoie os policiais, para que nós tenhamos melhores condições de trabalho, nós estamos sucateados e pra você ter ideia, a cada 100 crimes, nós só conseguimos elucidar 5, devido a falta de investimentos”, disse Eustácio.


O vereador Aníbal (PTC), que também é Policial Civil, marcou presença na caminhada. Durante o ato, o parlamentar disse que “ O movimento é importante, e como vereador também precisamos trabalhar pela segurança da população. As forças de segurança pública sofrem a muito tempo pela falta de estrutura para se ter trabalhar, e esse movimento serve para mostrar que a polícia está sofrendo. As equipes necessitam de boas condições para trabalhar e precisamos dar força a este movimento, para que nós possamos viver em uma sociedade mais tranquila”, disse o vereador.


O Estado da Bahia está entre os Estados que possuem cidades no ranking de homicídios do Atlas da Violência, organizado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, o Ipea.


Em números absolutos, o estado baiano registrou 5.276 mortes violentas (homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte) em 2020. Destas, 5.107 foram enquadrados como homicídio doloso, 104 como latrocínio e 65 como lesão corporal seguida de morte.


Da Redação - Caíque Lima

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