PC (BA) alerta: desconfie sempre de ligações que resultem em pedidos de dados pessoais, entrega de cartão de crédito ou de seu celular

O morador do bairro Dom Tomaz de iniciais R.C. dos S. F. , servidor público ativo do Estado da Bahia recebeu uma ligação em seu telefone fixo e do outro lado da linha, a atendente se identificou como funcionária da agência bancária em que o mesmo é cliente. Durante a ligação, a atendente perguntou se R.C. estava em posse dos seus cartões pois identificaram uma compra suspeita, de um valor muito alto. O servidor disse que não havia feito nenhuma compra naquele dia. A atendente explicou que um motoboy estava indo ao seu encontro para buscar o cartão de crédito e confirmar a veracidade da informação, relatou o homem vítima do golpe do motoboy.
Segundo R.C., minutos depois o motoboy estava em sua casa e o mesmo entregou os cartões com as senhas. Logo em seguida, o servidor desconfiou da ação mas já era tarde demais. "É muito rápido. Eles te convencem e em minutos o motoboy já está na sua porta pede senha, cartões e a gente dá". Ao perceber o golpe, o homem passou quase o dia todo percorrendo várias instituições para resolver o problema. Cancelou todos os cartões e ainda assim teve um prejuízo de R$ 4 mil. "Levaram meu salário e sacaram o limite do cartão de crédito", contou.
Alerta
A Polícia Civil da Bahia (BA) faz um alerta para a população desconfiarem sempre de ligações que resultem em pedidos de dados pessoais, entrega de cartão de crédito ou de seu celular. Segundo o órgãos, os primeiros casos deste golpe datam três anos atrás, porém está existindo maior incidência desde o início da pandemia de Covid-19. Os autores do golpe simulam o atendimento bancário e "induzem a vítima a ceder seus dados pessoais, inclusive senhas e outros dados confidenciais", diz nota da polícia.

Gráfico: o caminho do Golpe do Motoboy
A delegada titular da 14ª Delegacia Territorial DT-Barra, na capital baiana, Mariana Ouais, confirmou a ação dos criminosos que fazem o contato e enumera várias compras de alto valor no cartão da vítima para que esta, em desespero, forneça seus dados pessoais. "O golpista finge 'orientar' a pessoa, induzindo-as a passar os dados pessoais e senhas. Ao fim do processo, dizem que as compras foram estornadas, mas que, para resolver o problema, o cartão precisa passar por uma perícia", contou. Nesse momento envia o motoboy para buscar os cartões.
Em alguns casos, segundo a delegada, os criminosos conquistam a confiança da vítima ao combinar um código a ser reproduzido pelo motoboy, ironicamente, para evitar golpes. Esta falsa aparência de segurança serve para distrair a vítima e ganhar tempo para os saques e compras feitos na conta da pessoa enganada. "Vi casos de pessoas que perderam investimentos da vida inteira. Esse golpe já causou um prejuízo de milhões", declarou Ouais.
Além de sempre desconfiar de ligações e outros contatos em nome das instituições financeiras, a delegada orienta o cidadão baiano a checar a veracidade das alegações feitas pelo golpista, ligando para o gerente do banco, pelo internet banking ou pelas centrais oficiais de atendimento, sempre se certificando de que o contato com o possível golpista já foi encerrado.
Iana Lima - Jornalista
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